quinta-feira, 27 de maio de 2010

MEGAFONE NA ESCOLA

PRIMEIRA ETAPA


Quatro alunos do 9o. ano (t.1901), Maria Clara, Lucas Gabriel, Thaisa e Ana Carolina, fazem parte da equipe de alunos pesquisadores do Projeto Megafone na Escola(*). Eles são responsáveis por entrevistas com alunos do 6o. e 7o. anos e professores de nossa escola.




Maria Clara e Thaisa na E.M. Cândido Campos para a primeira capacitação do projeto (11/05/2010)



Nesta primeira etapa, cada um dos quatro alunos pesquisadores ficou de entrevistar três colegas do 6o. ou 7o. ano.


Ana Carolina e seus entrevistados da semana



Thaisa e seus entrevistados da semana




Maria Clara e seus entrevistados da semana




Lucas explicando para os alunos sobre a proposta da pesquisa



MEGAFONE NA ESCOLA


(*) http://www.desiderata.org.br/o-que-fazemos/educacao/megafone-na-escola/index.shtml


Profa. Imculada Conceição

quinta-feira, 13 de maio de 2010

JOÃO CÂNDIDO E A REVOLTA DA CHIBATA (proposta: Sticker Art/Intervenção)


[HISTÓRICO DE ARTE DA MARIO]

[ Aproveitando que hoje comemoramos o Dia Nacional contra o Racismo - e a Lei Aurea que aboliu a escravidão em 1888 - e neste ano de 2010, o centenário da Revolta da Chibata, vou postar aqui o trabalho que realizei com minhas turmas nas aulas de artes visuais no ano de 2008, quando o marinheiro João Cândido foi finalmente anistiado - mas, infelizmente, sem ter sido incorporado pos mortem à Marinha do Brasil - e sua estátua inaugurada na Praça XV, Centro do Rio. ]

Nossa visita ao monumento em memória do marinheiro João Cândido (2008)

" 'STICKER ART' – FRAGMENTOS DA HISTÓRIA:
João Cândido e a Revolta da Chibata"
Proposta de Artes visuais 2008 (texto do relatório final)



O marinheiro João Cândido em massinha de modelar

Para este ano (2008), escolhemos como tema das propostas desenvolvidas em artes visuais um evento de nossa história, ocorrido em 1910, na cidade do Rio de Janeiro, com repercussão nacional e uma grande mudança provinda da coragem de homens simples, trabalhadores, que de uma posição subalterna tiveram a coragem de grandes líderes: “A Revolta da Chibata” – como ficou conhecido o levante dos marinheiros, liderado por João Cândido, filho de ex-escravos - como a maioria de seus colegas marujos -, que até então recebiam castigos físicos por faltas cometidas no exercício de seus trabalhos na Marinha – isso num Brasil republicano e já livre da escravidão! Os castigos físicos foram abolidos da Marinha do Brasil e o marinheiro João Cândido recebeu a alcunha histórica de Almirante negro!

Lápis de cor sobre papel A4 (escaneado e impresso em papel etiqueta)


Para se instruírem sobre os fatos, os alunos foram incentivados a pesquisar na Internet e/ou na Sala de Leitura, e a levarem para a sala de aula o material obtido (parte dessas pesquisas - reproduções de fotos da época, desenhos que os alunos fizeram para ilustrar seus textos ou para a capa dos trabalhos - foi posteriormente transformada em stickers).




Capa de uma das pesquisas sobre o episódio realizadas pelos alunos

criação c/cola plástica: a foto foi impressa em papel etiqueta

Para enriquecer suas informações, os alunos assistiram na escola o vídeo “Memórias da Chibata”, de Marcos Marins (http://www.memoriasdachibata.com.br/ ) e ouviram a música “O Mestre Sala dos Mares” (inclusive, conheceram as duas versões da letra da música: a primeira, que foi censurada - o Brasil vivia então mum regime militar opressor! - e a segunda, que é a atual letra da música -, e puderam observar quais palavras e expressões foram substituídas por "recomendação" da censura!), de João Bosco e Adir Blanc, de onde criaram tanto trabalhos em grupos como individuais em diversas linguagem e técnicas das artes visuais.

Desenho com lápis de cor e canetinha hidrocor

O material utilizado foi o disponível numa sala de aula convencional: papel A4, lápis de cor, hidrocor, giz de cera, tinta guache, as colagens (com materiais cotidianos: feijão, arroz, café, palha de aço... - (*1)ver nota em "REFERÊNCIAS ARTÍSTICAS" - ) etc.


Pó de café, palha de aço e tinta guache sobre papel
Detalhe do trabalho acima: as fotos foram impressas em sticker

Feijão e tinta guache sobre papel

Experimentamos também uma animação em stop motion – com massinha - sobre o tema "João Cândido e a Revolta da Chibata" (já que este ano trabalhamos em sala de aula algumas técnicas elementares do cinema de animação: folioscópio, flip book, taumatrópio etc);


Alunos modelando um encouraçado em massinha (fotogramas da animação viraram stickers)


Chibatadas (massinha para a animação em stop motion)

Nossa dúvida: Como apresentar na Mostra de Artes o trabalho realizado em sala de aula? Até então, só tínhamos pensado nas pesquisas, desenhos, pinturas, colagens e na (tentativa) de animação... Cheguei a sugerir que os alunos pensassem em grupos uma forma de intervenção direta no espaço (tipo "site especific" que eles já tinham visto numa exposição no MAM-RJ), mas as sugestões não estavam conseguindo abranger todo o processo de trabalho realizado durante o ano...



Alunas colando os stickers

A animação, por dificuldades técnicas, não pode ser editada a tempo!

Encouraçado da Marinha da época de João Cândido (massinha)

Este ano de 2008, a Bienal Internacional de São Paulo abriu espaço para artes não habituais nos espaços formais de exposição, mas bastante comuns nas ruas das cidades. Eu havia recebido um e-mail sobre as polêmicas da Bienal. Pesquisei na internet e levei as propostas para os alunos. Nos decidimos então pela “Sticker Art”: arte com etiquetas, adesivos, ou seja, uma arte em papel para ser colada. O sticker é uma arte tipicamente de intervenção urbana (Arte urbana), onde os artistas intervêm nos espaços das ruas, invadindo – "atacando", expressão comum no meio - os espaços urbanos, onde colam seus trabalhos.

Alunos decidindo como irão colar os stickers



Assim, foram feitas reproduções (com o uso do scaner e da câmera fotográfica) de algumas das imagens produzidas pelos alunos (individual ou coletivamente) sobre o tema, depois impressas em folhas de papel etiqueta e recortadas com o objetivo de serem coladas nos espaços da Mostra.





Um grupo de alunos (das turmas de 6o. ao 9o. ano que participaram da proposta) ocupou uma das paredes do CIEP General César Augusto Sandino/6a.CRE no dia da abertura da Mostra.





O objetivo da proposta de intervenção foi juntar um evento marcante de nosso passado histórico, A Revolta da Chibata, ocorrido na cidade e época de Machado de Assis(*2), com uma manifestação da arte contemporânea, Sticker Art – esta fragmentada forma de arte efêmera.
(*2)A Mostra ("Leituramani@") tinha como tema "O Rio de Machado".

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES: “STICKER ART”:

ARTE DE INTERVENÇÃO NOS ESPAÇOS URBANOS
COM USO DE ETIQUETAS / ADESIVOS (STICKERS).
Desenho à lápis de cor sobre A4, escaneado e impresso em papel etiqueta (sticker)


ARTE COMPORTAMENTAL URBANA. COLETIVA (PONTUADA
DE SINGULARIDADES).



NÃO POSSUI UMA TÉCNICA APURADA... A GALERIA É A RUA


“A rua é a inspiração e a tela, ao mesmo tempo. O sticker não exige uma técnica muito apurada do autor.” [...] “Quanto ao conteúdo, pode ser qualquer coisa: anti, pró, contra, a favor ou muito antes pelo contrário. No fim das contas é somente um meio, cada um coloca ali o que quiser" [...] “Defendo o uso das ruas como uma galeria democrática” - declara um artista sticker em depoimento na net!(*3)



(*3)Referências bibliográficas: http://www.grupoarac.com/
REFERÊNCIAS ARTÍSTICAS:
(*1)Além de Sticker art, trabalhamos a obra de Vik Muniz, onde os alunos experimentaram materiais cotidianos para criarem algumas de suas visualidades dentro do tema.


João Cândido: feijão e arroz (trabalho de aluno inspirado na obra de Vik Muniz): uma alimentação digna era uma das reivindicações dos marinheiros da Revolta da Chibata


(*4)VIK MUNIZ


STICKER ART

(*4)Referências Bibliográficas: MUNIZ, Vik. REFLEX: Vik Muniz de A a Z. Sâo Paulo: Cosac Naify, 2007.



Vejam mais fotos da intervenção no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Album?uid=7947668515154928617&aid=1227193649
Nota: Fiz algumas modificações no texto original do relatório.
Profa. Imaculada Conceição

"O MENINO QUE COME LETRAS"



[O texto a seguir foi escrito em 2009 por Lucas Gabriel, aluno da E.M. Mario Piragibe - então no 8o. ano, agora, no 9o.ano - que frequenta a oficina itinerante de Animação do Núcleo de Arte Grande Otelo, em seu relatório de fim de ano. Na sequência, o vídeo realizado por ele e seu colega - na época, no 9o.ano - Leonardo Monteiro, agora cursando o ensino médio. ]


"ANIMAÇÃO E ARTE, PARTE DE UMA VIDA.




Bom, meu nome é Lucas Gabriel, tenho 13 anos e irei fazer 14 no dia 30 de novembro de 2009.
Eu sempre fui muito criativo, mas não tinha como expressar essa criatividade. Só tinha uma vez por semana aula de artes, que é minha matéria preferida.
Um dia, minha professora de artes, Imaculada Conceição, foi a minha sala e comentou sobre um tal curso de animação (que pelo visto não fiquei nada interessado, né?). Ela perguntou quem gostaria de participar e eu fui o primeiro a levantar a mão.
Desde então, minha vida mudou completamente. Fui chamado para participar de vários passeios, agora não me sinto mais só no meio da multidão, posso expressar meus sentimentos pelas animações que faço e compartilhar com o mundo um pouco das minhas ideias, é claro, com a minha professora me apoiando e me ensinando sempre coisas novas.
Então, num belo dia, a professora chegou na sala e falou quem gostaria de mandar algumas animações para o Anim!arte 2009. Eu imediatamente fiquei super interessado com esse novo desafio que estava por vir, não me desesperei, fui atrás da minha conquista e criei (com a participação do colega Leonardo) uma animação cujo nome é: Fome do Saber.
Esse vídeo conta a história de um menino que andava angustiado pela vida que levava, até que um dia lhe entregam um livro e ele começa a descobrir o amor pela leitura. Mas o final dessa animação vocês podem ver no site Youtube.
Como já é de se esperar, consegui fazer parte do Anim!arte 2009!
Desde aquele dia, as pessoas me reconhecem na rua e me chamam de "o menino que come letras"! É muito divertido ver as pessoas me comparando com o meu personagem na animação.
Hoje posso dizer que sou muito mais feliz, pois sinto que faço parte da sociedade em que vivo, e espero ano que vem continuar nesse curso de animação, porque ele e as pessoas que fazem parte dele me fizeram uma pessoa muito melhor.

Por Lucas Gabriel "


FOME DO SABER (pixilation) 2009



Sobre a Oficina de Animação, ver ainda tag "Animação" no blog do Núcleo de Arte Grande Otelo: http://nucleodeartegrandeotelo.blogspot.com/search/label/Anima%C3%A7%C3%A3o





Postado por Imaculada Conceição (professora responsável pela oficina de Animação do Núcleo de Arte Grande Otelo)

terça-feira, 11 de maio de 2010

NA TERRA DA SAUDADE...


NA TERRA DA SAUDADE...


Como aprendemos e nos divertimos com nosso prêmio de viagem a Portugal


[ Histórico de Arte da Mario: Texto de 2008, originalmente um e-mail contando as novidades a um amigo "virtual", transformado em Relatório de Viagem entregue à Prefeitura do Rio. Esta versão simplificada foi solicitada, posteriormente, pela própria Prefeitura ]



As viagens são os viajantes. O que vemos não é senão o que somos.
Fernando Pessoa






Imaculada Conceição


Ano passado (2007), como preparativo às comemorações para o bicentenário da chegada da Família Real portuguesa ao Rio de Janeiro (1808-2008), eu, professora de Artes da 6ª.CRE e minha aluna, Karoline Brum, ganhamos um prêmio de viagem a Portugal. Seu desenho foi o vencedor das escolas do município do Rio. A aluna Haymara Reis (7ª.CRE), autora da redação premiada sobre o tema, e sua professora orientadora, Kátia Cordeiro, de História, foram nossas companheiras de viagem, juntamente com as mães das meninas, Fátima e Jomária.

Encontrei-me com o grupo já no saguão do aeroporto (havíamos combinado de irmos todas juntas numa van da 6ª.CRE, mas, por motivos pessoais, precisei buscar outro meio de transporte). Lá, Gustavo, fotógrafo da Prefeitura, registrou o nervosismo dos últimos preparativos rumo a nossa lusa aventura, que às 23 horas de um sábado, 26de julho de 2008, dava início ao embarcarmos no Tom Jobim, no Rio...

O desembarque no aeroporto de Lisboa foi recepcionado por Margarida, nossa simpática cicerone portuguesa, e Luis, o discreto motorista que nos guiou pelos trajetos turísticos. Após um breve tour de veículo pela Lisboa histórica, fomos conduzidas ao Hotel Arts Vips, na estação Oriente, na área do Parque das Nações, onde se realizou a Expo 98. Agradável e bem situado, tínhamos ainda o prazer de avistarmos, à entrada do hotel, um interessante mural de azulejos pintados à la pop-art e dos quartos, uma bela vista do estuário do Tejo.





Chegamos num domingo à tarde (27/07) e aproveitamos o dia livre para conhecermos melhor o “sítio” (como falam os portugueses) onde estávamos. Passeamos pelo Parque das Nações, tiramos fotos à beira do Tejo e almoçamos no Centro Comercial Vasco da Gama. Minha primeira (e boa!) surpresa foi ver que os portugueses são bem mais parecidos com a gente do que apenas o fato de compartilharmos a mesma língua... O povo de lá se parece muito com o nosso. Passeando pelo Centro Comercial me senti num destes shoppings daqui. Certo, shoppings centers (estas “catedrais do consumo”, como se diz) são shoppings centers em qualquer lugar do mundo! Mas eu falo das pessoas que por lá (e também pelas ruas, pelos metrôs, elétricos, comboios etc.) circulavam. Tudo com cara de brasileiro! Mas, a maior de minhas alegrias foi mesmo dar de cara com o clima quente do verão lisboeta, o ambiente ensolarado, o céu lindamente azul... Se Fernando Pessoa disse que sua pátria era a língua portuguesa, eu, por meu lado, diria que minha pátria é o clima, o ambiente em geral, quente e ensolarado, onde um fascinante céu azul cobre um povo simpático, receptivo, misturado, multicultural... Onde houver um clima assim, estarei em casa!



Na manhã seguinte, Margarida e Luis chegaram cedo ao hotel (não sem antes dar tempo de nos deliciarmos com o “pequeno almoço”, como eles chamam o farto café da manhã) para nosso primeiro passeio oficial. Fomos conhecer o bairro histórico de Belém e seus belos monumentos: o Padrão do Descobrimento, a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, uma das maiores obras da arquitetura quinhentista, o estilo manuelino (fechado em nossa primeira tentativa de visita, retornamos depois...) etc.


No Mosteiro, surpreendeu-me o túmulo de Fernando Pessoa (o escritor português dos heterônimos: suas muitas faces literárias): um monumento um tanto sem graça (minha primeira impressão...), me lembrava aquele monólito do filme “2001: Uma Odisséia no Espaço”, o que contrastava com o pátio interno, o claustro, e o preciosismo de seus detalhes arquitetônicos.






Mas a idéia até que era boa, as faces remetiam aos heterônimos do poeta e numa delas líamos: “Não basta abrir a janela pra ver os campos e o rio. Não é bastante não ser cego para ver as árvores e flores” (Alberto Caeiro).

Na igreja do Mosteiro, uma parada para fotografar os túmulos de Camões e Vasco da Gama. Na saída, passamos para experimentar os famosos (e deliciosos!) pastéis de Belém e almoçarmos na praça...




Caminhamos pelo bairro do Chiado, pelo Bairro Alto, Bairro de Alfama - o mais antigo e pitoresco de Lisboa com suas ruelas, escadarias e roupas secando nas janelas e cuja arquitetura dos casarios me lembrava uma parte do Rio...



Fomos então ao Castelo de São Jorge, não sem antes, do miradouro, nos extasiarmos com uma das mais belas vistas panorâmicas da cidade de Lisboa e do estuário do Tejo! Muito linda Alfama (este bairro histórico, cujo nome deriva do árabe e significa “fonte d’água”) vista do alto, com seu traçado irregular e bonitos telhados. Subimos às torres do Castelo, passeamos pelas plataformas das muralhas...




Fomos também ao Museu dos Coches, à Fundação Calouste Kulbenkian, ao Museu da Cidade de Lisboa (onde conhecemos um pouco da história da cidade, o terrível terremoto que a destruiu em 1775 e sua posterior reconstrução). Alguns pontos só vimos de dentro do veículo turístico: a Ponte 25 de Abril, o monumento Cristo Rei que semelha nosso Redentor carioca, a Praça do Comércio...


Noutra ocasião, visitamos o Palácio de Queluz e seus encantadores jardins, freqüentemente comparados aos de Versailles. Lá como em outros palácios que visitamos, Mafra, Palácio Nacional da Ajuda etc., encontramos a presença da realeza portuguesa que em nossas terras aportaram: D. João VI, D. Maria I, D. Carlota Joaquina, D. Pedro I (ou D. Pedro IV, título que nosso imperador ganhou ao retornar a seu país e que deu nome a uma famosa praça do centro de Lisboa, apelidada pelos portugueses, do Rossio) etc.

Numa das noites, no Bairro Alto, visitamos uma casa de Fado, onde nos deliciamos com as canções sobre Lisboa, saudades, amores, desencontros, paixões tristes... e, claro, as gostosuras da culinária portuguesa! Os artistas manifestaram muita alegria em ver que éramos brasileiras. Dedicaram músicas em nossa homenagem... Achei tudo muito simpático! E saber que entramos nesta casa meio que por acaso... Diria... pelo “destino”? - que é o que significa a palavra “fado”, do latim “fatum”! Foi uma noite bem alegre! Comemos bem, nos divertimos, Jomária se empolgou e até cantou!


No último dia de visita guiada (31/07), fomos a Cabo da Roca (a ponta mais ocidental do continente europeu, assim definida por Luis de Camões: “Onde a terra acaba e o mar começa”). Em Sintra, a bela cidade que inspirara o poeta Lord de Byron, infelizmente deu só pra tirar umas fotos, comprar uns postais, uns suvenires... No veículo, recebemos um sedutor folder com informações dos pontos turísticos (castelos, palácios, museus, adegas etc.). Ficamos apreciando Sintra impressa no papel, enquanto seguíamos para Cascais...




Em Cascais, jantamos depois de irmos à praia... Em Ericeira (onde também há praias), havíamos almoçado sardinha assada (o prato favorito deles no verão, segundo nossa cicerone portuguesa), queijo, vinho...


E já que falo de comida, aproveito para contar nossa experiência com uma sobremesa portuguesa, “Leite Creme”, num restaurante no Centro Comercial Vasco da Gama, onde fomos quase que “ obrigadas” a provar, pois o garçom, não sabendo nos explicar o que era, disse que é o que nos serviria para conhecermos... Aceitamos. Garanto-lhes... Um doce pra lá de gostoso!


No dia livre (terça, 29), Karoline e Haymara, acompanhadas de suas mães, foram conhecer o Oceanário e andar de teleférico no Parque das Nações. Eu, a professora Katia e duas amigas suas, em passeio pela Europa, fomos a Óbido (nome de origem latina que, embora possa nos fazer lembrar de algo “macabro”, na verdade significa “cidade fortificada”), onde estão preservadas as ruínas de um castelo medieval e suas quilométricas muralhas!

Minha impressão geral foi a que eu disse no início... Nos shoppings, no metrô, pelas ruas me sentia no Brasil. Pelo povo, pelo clima (quente do verão lisboeta), pela língua, pela arquitetura (além de nossa lusa colonização, o Rio foi sede da Família Real portuguesa, que montou pra esses lados todo um cenário - arquitetônico, artístico, cultural etc. - bem a seu gosto, que incluía um gosto francês). As meninas se divertiam com tudo. E certamente aprenderam muitas coisas. Nas várias visitas aos museus, Karoline aproveitava e fazia esboços dos quadros e fotografava as imagens que ela gostava (ela me disse que era para umas idéias que estava tendo...). Hayamara mostrava-se atenta a tudo como que pensando que boa história aquilo não ia dar!

Enfim, hora de irmos embora... Em 1 de agosto, eu, Karoline e Fátima retornamos ao Brasil (a professora Kátia, Haymara e sua mãe permaneceram na Europa, para uma esticada a Roma). Nos despedimos de Luis e Margarida, que nos assessoraram até nosso embarque.


Na volta, o brilho do sol e o céu azul sobre o Atlântico deixaram minha alma ainda mais satisfeita... Não apenas pela volta ao lar, como pelo contraste com o ambiente da ida (durante a noite, as janelas fechadas, aquela escuridão mórbida dos corredores, as pequenas luzes no teto do avião pareciam velar uma noite interminável...). No aeroporto Tom Jobim, uma van da 7ª. CRE nos aguardava junto a nossos familiares ansiosos pelas novidades da terra que nos deixou de herança a palavra “saudade”...






Postado Por Imaculada Conceição Manhães Marins